Sábado, 8 de Dezembro de 2007

Balanço do Período

Ao iniciarmos o ano lectivo, onde nos foi proposta a participação no concurso das “Cidades Criativas”, organizado pela Universidade de Aveiro, decidimos aderir a esta iniciativa e, assim, formar o grupo Canecas Partidas e trabalhar o tema “O Campo na Cidade”.

Foram delineados diversos objectivos a realizar ao longo do ano lectivo. Os do primeiro período foram cumpridos, nomeadamente, a recolha e análise de documentos, a produção de documentos próprios (reportagem fotográfica, vídeos, entre outros) e a elaboração de entrevistas e respectiva análise.

                             Photobucket

No decorrer do primeiro período, fizemos algumas descobertas importantes para o projecto, nomeadamente, a descoberta da presença de Cesário Verde em Caneças, existindo alguma polémica acerca da sua morte, uma vez que uns especulam que este reconhecido poeta morreu em Caneças, enquanto que outros afirmam ter morrido no Paço do Lumiar. Por outro lado, também viemos a saber que a actividade viveirista ocupava um lugar de relevo e de alguma importância dentro da comunidade Canecense, verificando-se a existência de viveiros, quer de árvore, quer de plantas, importantes a nível económico e social. Também a actividade arborícola era uma actividade que predominava na região e, ainda hoje, é possível encontrar alguns vestígios desta prática. É de referir ainda, que pudemos classificar a região de Caneças como sendo uma região periurbana, onde se evidenciam características rurais e características urbanas. Desta forma, é possível falar de rurbanização que consiste na integração de actividades desenvolvidas em espaços rurais com actividades desenvolvidas em espaços urbanos.

O nosso envolvimento com a população permitiu-nos concluir que o nosso projecto é viável e, por isso, tem inúmeras potencialidades para a sua continuação, visto que recebemos o apoio de vários inquiridos, que nos incentivaram, dando sugestões e apelando para a importância do nosso projecto para o futuro das cidades. Assim, mais uma vez, referimos que o nosso projecto visa dar a conhecer as razões pelas quais existem certas pessoas a transportar as características do meio rural para dentro do espaço urbano. Isto tem o intuito de expor, não só as potencialidades que, num futuro próximo, podem surgir com a actividade agrícola, mas também é nosso objectivo contribuir para o combate do excesso de urbanização.

Como já foi referido, todos os objectivos delineados para o primeiro período já foram cumpridos. Para tal, foi necessária a colaboração de todos os elementos do grupo, sendo que cada um cumpriu as suas respectivas tarefas, contando também com a ajuda dos restantes membros do grupo para a concretização das mesmas.

Houve particular dificuldade na ilustração apropriada ao blogue. Contudo, essa barreira foi ultrapassada, devido à colaboração de todos, seja por meio de reportagem fotográfica, seja por meio de pesquisa, nomeadamente na Internet.

Apesar de tudo, foi bastante fácil a realização das entrevistas, visto que a maioria dos elementos do grupo habita nas proximidades do local onde os inquiridos foram abordados. Estes mostraram grande disponibilidade, assim como amabilidade, quer por nós quer pelo projecto que estamos a realizar.

De facto, os resultados até agora obtidos excederam as expectativas do início do projecto e, como não se pode ficar por aqui, o segundo período irá ser iniciado com inquéritos para que seja possível obter informação mais generalizada e que complemente a pesquisa feita até aqui, com o objectivo de se analisar as potencialidades das práticas associadas à ideia de "o campo na cidade".

 

 

 

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publicado por canecaspartidas às 09:11
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Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007

Informação das Entrevistas

Como já tinha ficado definido, e nesta fase do projecto, achámos por bem envolvermo-nos com a comunidade e realizar algumas entrevistas, a fim de conhecer alguns pormenores sobre a temática em estudo.

De um modo geral, a população entrevistada, que se encontra entre os 50 e os 66 anos de idade, praticam a actividade agrícola dentro da freguesia. Todos têm a 4ª Classe, do antigo sistema de ensino, exceptuando um dos inquiridos que possui o ensino universitário.

                             Photobucket

  

Localização da “hortinha”:

R.1: Centro da freguesia.

 

R.2: Periferia da freguesia.

 

R.3: Periferia da freguesia.

 

R.4: Periferia da freguesia.

 

Caracterização dos entrevistados:

R.1: Indivíduo do sexo feminino; antiga professora e actual proprietária da Floricultura de Caneças; natural de Caneças, vive na freguesia desde sempre e tem 50 anos.

 

R.2: Indivíduo do sexo masculino; motorista, com a 4ª Classe; natural de Castelo Branco, com 56 anos, reside em Caneças há 25 anos.

 

R.3: Indivíduo do sexo feminino; vendedora ambulante, com a 4ª Classe; natural do Norte; tem 65 anos.

 

R.4: Indivíduo do sexo feminino; reformada, antiga auxiliar de educação; tem a 4ª Classe. Com 66 anos, reside em Caneças há 43 anos.

 

Actividades praticadas, quantidades produzidas e o seu destino:

R.1: É retalhista. Importa produtos da Espanha, Holanda e Itália. É possível encontrar desde árvores de fruto (por exemplo, árvores de citrinos, abacates, de caroço e bananeiras) até flores, passando por plantas. As quantidades que importam são as suficientes para manter o stock, sendo os produtos importados destinados à venda.

 

R.2: Cultiva couves, cebolas, alhos, nabiças, entre outros: Esta produção destina-se para auto-consumo e as quantidades são relativas de ano para ano.

 

R.3: Cultiva desde morangos, nabos e alfaces, até couves de várias qualidades. A produção destina-se para auto-consumo e, por isso, são pequenas as quantidades produzidas.

 

R.4: É possível encontrar nabiças, favas, couve galega, couve portuguesa e ervas aromáticas. Mais uma vez, a produção destina-se para auto-consumo e, para tal, as quantidades produzidas são relativamente baixas.

 

Há quanto tempo se dedica a essa actividade, porque razão o faz e a que outras actividades se dedica para além desta:

R.1: Dedica-se a esta actividade desde muito nova, quer por gosto e por sobrevivência, quer pelo facto do seu pai ter sido viveirista. Não pratica mais nenhuma actividade.

 

R.2: Dedica-se a esta actividade desde que se lembra e, actualmente, pratica-a por lazer. Verifica-se uma situação de pluri-rendimento, pois, ainda desempenha uma profissão em paralelo: é motorista.

 

R.3: Esta actividade faz parte da sua vida desde que nasceu, mas até aos 21 anos foi uma obrigação. Fá-lo para consumo próprio e por lazer, pois, como nos confidenciou, alivia o stress: “É a minha ginástica.”. Como já tínhamos referido, é vendedora ambulante.

 

R.4: Dedica-se desde sempre a esta actividade que é destinada para auto-consumo e distracção. Actualmente, não desempenha outra actividade, uma vez que está reformada.

 

Conhecimento de outras pessoas que pratiquem esta actividade, assim como o que fazem concretamente:

R.1: Conhece pessoas que praticam a actividade viveirista, junto de A-da-Beja. Também, conhece algumas pessoas junto ao local onde os bombeiros estão instalados, tendo aí a sua “horta”. Plantam desde produtos hortícolas, até árvores de fruto. Onde se verifica mais a prática agrícola, do conhecimento do inquirido, é em Almargem do Bispo, Aruil, Dona Maria e Vale de Nogueira.

 

R.2: Em termos gerais, são vizinhos. Cultivam couves, nabiças, alhos, cebolas. Também é possível encontrar árvores de fruto.

 

R.3: Conhece muitas pessoas, nomeadamente, elementos da sua família e vizinhos. As actividades que desenvolvem passam por ser um pouco de tudo.

 

R.4: Nomeadamente vizinhos. Também é de referir que na Escola Primária de Caneças se pratica a actividade agrícola, semeando-se e plantando-se, posteriormente, alfaces, nabiças, coentros e salsa. Também cuidam de alguns animais como, por exemplo, periquitos, rolas e um faisão.

 

Obstáculos a nível legal que impeçam de manter a “hortinha”:

R.1: Não.

 

R.2: Não.

 

R.3: Sim, uma vez que o terreno não é seu, tendo sido cedido por um vizinho para a prática destas actividades.

 

R.4: Não.

 

Opinião sobre o futuro destas actividades e em que medida poderão ser úteis para a população e para Caneças:

R.1: Acha que não vão ter futuro, pois, tendo em conta a situação actual, não deverá haver nenhuma melhoria, muito pelo contrário, haverá uma pioria. Quer isto dizer que não se registará nenhum desenvolvimento desta actividade.

 

R.2: Segundo o inquirido, isto pode conduzir a duas vertentes: por um lado, irá diminuir, quer a nível da sua importância, quer a nível da sua produção; por outro lado, segundo a actual situação do país, a prática deste tipo de actividades irá continuar. Assim, pensa que não irá contribuir, nem para a população nem para Caneças, pois, as pessoas dedicam-se mais por lazer. Por isso, diz que “o betão/ ‘cimento’ vai predominar”.

 

R.3: Para o ambiente e para uma alimentação saudável e, até para a própria terra, este tipo de actividades é útil e “dá jeito”. Relativamente ao futuro destas actividades, confidenciou-nos que acha que teria sucesso se houvessem apoios para quem as pratica e se, por sua vez, estes apoios fossem bem aplicados.

 

R.4: Acha que estas actividades são benéficas para o futuro, já que são positivas não só para a cidade, mas também para quem cultiva e para o ambiente. É útil para a população e, nomeadamente, para Caneças, uma vez que não existe a predominância de edifícios, poluição e ruído. Deste modo, tinham a sua “hortinha”, que de certa forma é biológica e, consequentemente, não utiliza químicos.

 

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Tipo de apoios que são úteis para esta actividade:

publicado por canecaspartidas às 21:35
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