Quarta-feira, 14 de Maio de 2008

Resultados dos Inquéritos

 

Antes de mais, achamos essencial caracterizar a população que foi sujeita a responder ao nosso inquérito. Caracterizámo-la segundo o género, a idade, a profissão, as habilitações literárias, o local de residência e o tipo de habitação onde vive. Achamos que, desta forma, poderíamos fazer um retrato geral da população que inquirimos.
Apresentamos, portanto, o retrato geral da população inquirida.
Dos inquiridos, 70% são indivíduos do sexo feminino e os restantes30% são indivíduos do sexo masculino.
Foipossível constatar que, maioritariamente, a população inquirida tem mais de 50 anos (perto de 48%) e em menor número estão os inquiridos com idades entre os 30 e os 50 anos (21%, aproximadamente).
Asactividades dominantes são, em termos decrescentes, os estudantes; as domésticas,os quadros médios e operários, os que não exercem qualquer tipo de profissão, o pessoal dos serviços, o pessoal dos serviços domésticos e, por fim, os quadros superiores. Evidenciamos que foram inquiridas pessoas que desempenham funções em todos os sectores, ainda que em proporções diferentes.
A maior parte dos inquiridos tem apenas o 1º Ciclo, seguindo-se os que não foram além do Terceiro Ciclo. Trata-se, portanto, de uma população com habilitações literárias não muito elevadas.
Mais de metade vive em Caneças, seguindo-se os de Casal de Cambra e, por fim, os de Casal Novo e Dona Maria. Também verificamos que mais de cinquenta por cento vive em vivendas ou moradias, o que nos leva a pensar que aí poderão ter a sua própria horta.
 
Foi nosso intuito averiguar o tipo de relação que a população Canecense tem com actividades relacionadas com a agricultura e o tipo de conhecimento que têm dessas mesmas actividades. Para os que não têm qualquer relação com actividades ligadas à agricultura, procurámos saber qual a vontade e predisposição que têm para o fazer.
A seguir, apresentaremos os resultados de cada uma destas questões.
Relativamente à participação em actividades ligadas à agricultura e ao conhecimento dessas actividades, concluímos os aspectos que se seguem:
- Há um número considerável de pessoas que continuam a dedicar-se a este tipo de práticas (32%);
- Cerca de um terço da população continua a ter um papel activo na prática de actividades relacionadas com a agricultura ou equivalentes, o que nos parece considerável. Para além disso, metade dos inquiridos responderam que conhecem directamente pessoas que dedicam um pouco do seu tempo às actividades próximas da agricultura.
Concluímos, assim, que a actividade agrícola, ainda que seja apenas no âmbito das já caracterizadas hortas urbanas, ainda é uma realidade com significado em Caneças. Este facto será tanto mais verdade quanto a maior parte da população que respondeu que estas actividades se fazem em quintais, hortas e jardins. As quintas e estufas foram referidas, mas em pequena escala.
Os produtos obtidos – fundamentalmente produtos hortícolas, flores e frutos – são quase todos para auto-consumo, o que reforça a ideia de que se trata de actividades complementares e não a principal actividade das pessoas.
Relativamente às pessoas que não têm a possibilidade de se dedicar a estas práticas, cerca de 60% “gostaria muito” ou “gostaria” de ter um contacto mais privilegiado com elas. Os restantes, que estão em minoria, não gostavam ou são-lhe indiferentes.
Este grupo de pessoas não ligado às hortas ou outras práticas equivalentes, na sua maioria (52%), não conhece, em Caneças, pessoas que desenvolvam este tipo de actividades. No entanto, quase metade afirmou que conhece mais de 3 pessoas e, desses, há um número considerável que conhece mais de dez pessoas, o que é muito significativo, numa zona em que a agricultura, enquanto actividade principal, há muito que praticamente deixou de existir.
As características das actividades desempenhadas por estas pessoas (as que são conhecidas e não as que conhecem) são em tudo semelhantes às anteriormente apresentadas: quintais, hortas e jardins, onde se produzem produtos hortícolas, flores e frutos para auto-consumo.
 
Na continuidade da análise, pretendemos verificar se as hortas urbanas ou agricultura urbana, segundo a opinião da população de Caneças, têm futuro, ou seja, será que poderão sobreviver na “selva de betão”? De que maneira as poderemos potencializar e viabilizar? São perguntas que quisemos ver respondidas.
A maioria dos Canecenses, perto de 80%, concorda com estas actividades.
As expressões mais escolhidas para avaliar a sua viabilidade e potencialidades em Caneças foram, na sua grande maioria, expressões que classificámos de positivas, pelo menos em parte: “poderão ser uma boa aposta para Caneças”, “são viáveis e devem ser incentivadas” e “são viáveis, mas difíceis de pôr em prática”. Foram poucos os que responderam que estas actividades “não são relevantes para o futuro de Caneças”.
Relativamente aos viveiristas, uma actividade bastante prestigiada e dinamizadora da nossa praça no passado, como já antes enunciámos, a maior parte da população não se recorda deles. É de salvaguardar a importância deste dado, uma vez que cerca de 60% dos inquiridos revela desconhecimento ou esquecimento duma actividade que já foi tão importante para a identidade canecense. No entanto, são cerca de 40% os que se recordam da actividade viveirista como algo pertencente à cultura e tradição de Caneças. Destes, quase todos “gostariam muito” ou “gostariam” que esta actividade voltasse a ser uma realidade.
 
Verifica-se, com o que acabámos de enunciar, que há uma vontade muito grande por parte dos habitantes de Caneças para que as actividades ligadas à agricultura sejam dinamizadas, o que dá muita força ao nosso projecto. Isto porque os destinatários deste mesmo projecto – os canecenses – parecem estar predispostos para o aceitar e, provavelmente, para aderir.
 
Durante a realização dos inquéritos, solicitámos aos inquiridos que nos dessem algumas sugestões sobre como valorizar as práticas ligadas à agricultura ou equivalentes e sobre alguns locais ou terrenos onde se possam praticar as mesmas.
Relativamente ao primeiro aspecto da questão, foi referida a necessidade de apoios financeiros e materiais por parte do Estado, da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal; o aproveitamento de terrenos não utilizados; o incentivo à prática através de informação nas escolas e formação para os praticantes.
Em relação aos locais ou terrenos, obtivemos algumas respostas. Destacam-se o terreno abandonado ao pé do cemitério de Caneças, os terrenos ao lado da Escola Secundária de Caneças e a Quinta da Fonte Santa. Muitas das pessoas que mencionaram estes locais, acham que podiam ser aproveitados para estas práticas agrícolas, mas acham muito difícil que tal aconteça devido ao fraco interesse por “este tipo de vida”.
 
 
Esta última expressão refere-se, com certeza, ao facto de a agricultura ser, actualmente, uma actividade menos geradora de rendimentos, quando comparada com outras. O facto de as pessoas manifestarem desejo em poder praticar estas actividades, por um lado, mas referirem que é difícil de pôr em prática ou que não há interesse por “este tipo de vida”, por outro lado, reforça a ideia de que a nossa proposta não deve ir no sentido da agricultura em sentido restrito. Pelo contrário, o futuro de Caneças não passa pela agricultura. É, aliás, uma actividade profissional residual. O que está em causa é a dinamização de práticas próximas da agricultura, à semelhança dos já descritos jardins familiares ou hortas urbanas, ainda que, na nossa opinião, estes espaços devam ser complementados com outros, como espaços infantis, restauração, espaços de divertimento ou convívio e o que mais se lhe possa associar para atrair as pessoas.
 
Com a finalidade de obter mais algumas conclusões com base nos dados do inquérito, achámos pertinente cruzar algumas das variáveis nele contidas: género, idade, habilitações literárias, tipo de habitação e o facto de praticar ou não actividades ligadas à agricultura com o nível de concordância com as hortas urbanas, a opinião sobre as suas potencialidades e viabilidade, a vontade de praticar a actividade agrícola, a recordação dos viveiristas e a opinião sobre o seu regresso.
As tabelas de dupla entrada que construímos para poder fazer esta análise encontram-se em anexo. A partir da sua observação, é possível concluir o que se segue.
 
Tanto homens como mulheres concordam com a existência, em Caneças, de práticas ligadas à agricultura, embora as mulheres apresentem uma média ligeiramente superior.
Relativamente à opinião acerca da viabilidade e das potencialidades destas práticas, os pareceres não divergem muito de homens para mulheres. Tal como antes, também aqui há apenas uma ligeira postura mais favorável por parte das mulheres.
Apesar da postura ligeiramente mais favorável por parte das mulheres, os homens são, de entre os que não praticam qualquer actividade, os que mais gostariam de praticar, enquanto elas afirmaram que não gostariam de o fazer.
Em relação aos viveiristas, mais os homens do que as mulheres se recordavam deles. Contudo, são elas que mais gostariam de vê-los regressar.
 
Relativamente à idade, podemos concluir que não há muita assimetria no que diz respeito ao grau de concordância dos inquiridos com as hortas urbanas. A maioria concorda e não há grande discrepância entre idades.
Apesar de o grau de concordância ser elevado em todos os grupos etários, os mais idosos são quem mais pensa que são bastante viáveis e que devem ser incentivadas. Todos concordam, mas os mais novos não acreditam neste tipo de práticas.
Dos que não praticam estas actividades, os mais idosos são os que mais têm vontade de o fazer.
Como é óbvio, são os mais idosos que melhor se recordam dos viveiristas. No entanto, não manifestam maior vontade em que esta actividade seja retomada em Caneças, quando comparamos a sua opinião com a dos outros grupos etários.
 
Se formos avaliar os resultados tendo em conta as habilitações literárias, podemos afirmar que, independentemente do grau de escolaridade, a maior parte dos inquiridos concorda com a existência de hortas urbanas, mas os que apresentam valores médios inferiores, ou seja, com menor concordância, são os indivíduos com ensino secundário ou superior.
Relativamente à opinião sobre a viabilidade e potencialidades das práticas agrícolas, é possível afirmar que são os inquiridos com menos habilitações literárias que mais dizem considerar as hortas urbanas viáveis e com boas potencialidades para serem desenvolvidas. Pelo contrário, os inquiridos com mais estudos afirmam que o futuro de Caneças não depende delas.
São também os que têm menos habilitações literárias, os que mais gostariam de praticar actividades ligadas à agricultura (com excepção do 2º Ciclo).
Em relação ao conhecimento da existência dos viveiristas, é possível afirmar que são os inquiridos com instrução inferior ao 2º Ciclo que mais se recordam dos viveiristas e, em contraste, os indivíduos que menos os conheciam têm escolaridade superior ao 3º Ciclo. Podemos afirmar ainda que são as pessoas com nível de instrução mais baixo que mais desejam o regresso dos viveiristas.
 
No que se refere ao tipo de habitação, não há grande diferenciação entre pessoas que vivem em vivendas e em apartamentos, pois ¾ de cada indicador concordam com a existência das hortas urbanas. Em termos médios, diríamos que são os moradores de apartamentos que quem menos concorda com estas práticas.
Ao nível da opinião sobre a viabilidade e potencialidades, as diferenças são muito pouco significativas.
Relativamente à vontade de praticar, pode ser afirmado que os inquiridos que residem em apartamentos têm mais vontade de praticar do que os que moram em vivendas.
Relativamente aos viveiristas, as diferenças são reduzidas. Refira-se, no entanto, que são as pessoas que moram em vivendas que menos se recordam dos viveiristas, mas quem mais gostariam de assistir ao seu regresso.
 
São os que já praticam actividades ligadas à agricultura que mais concordam com a sua existência em Caneças e, apesar de a população estar bastante dividida, consideram-na viável e defendem que deve ser incentivada.
Quem pratica estas actividades é quem mais se recorda dos viveiristas e deseja o seu regresso.
 
Sob a forma de síntese poderemos dizer que as mulheres, no geral, são quem mais concorda e quem mais gostaria de ver os viveiristas regressar, mas, de entre os indivíduos que não estão ligados às práticas próximas da agricultura, são elas que menos gostariam de praticar estas actividades.
Por idades, há um grau de concordância semelhante entre os grupos etários, mas, de entre os que não estão relacionados com estas práticas, os mais idosos são quem mais gostaria de as desenvolver.
Os indivíduos com menos habilitações literárias aderem mais à ideia de existirem estas actividades. Dos que não praticam também são os que mais desejam fazê-lo. Isto apesar de a atitude dos que possuem o ensino superior ser mais positiva que a dos que possuem ou frequentam o ensino secundário.
Quanto ao tipo de habitação, destaca-se o facto de os que vivem em apartamentos e não praticam estas actividades terem mais vontade de o fazer.
Os que já praticam estas actividades são os que mais concordam com a sua existência e mais desejam o regresso dos viveiristas.
 
 
No final desta análise, do conjunto dos resultados conseguidos, para além da ideia de que os canecenses, no geral, assumem uma vontade positiva em se ligar à agricultura urbana, há outras questões a reter, por nos parecerem ter um significado especial para o nosso projecto. Apresentamo-las, por isso, a seguir.
 
O facto de os mais jovens não estarem tão virados para o desenvolvimento de práticas ligadas às hortas urbanas, leva-nos a suspeitar, pelo menos quando fazemos esta análise, da sua viabilidade no futuro, a não ser que estas mesmas práticas sejam pensadas em termos muito mais modernos e não na simples prática agrícola, tal como no passado se fazia.
 
As constatações relacionadas com o facto de serem as pessoas com mais idade e com menos habilitações que têm uma atitude mais positiva face às questões que levantámos, levam-nos a pensar, pelo menos numa primeira análise, que, para que se intensifiquem as actividades ligadas à agricultura em Caneças, é necessário desenvolver campanhas de sensibilização junto dos mais jovens e com mais habilitações. Este facto leva-nos a defender, mais uma vez, a necessidade de pensar neste tipo de práticas em termos muito mais modernos, com aspectos capazes de ir ao encontro dos valores destas categorias mais resistentes, mas determinantes para o futuro. Será fundamental, neste caso, associar as hortas urbanas e as actividades afins a valores ligados à ecologia, ao lazer, ao desporto, ao convívio, à dimensão estética e à criatividade (no campo da jardinagem, por exemplo), às artes (como a poesia ou a escultura)…
Uma curiosidade a reter, por ser relevante neste aspecto, é o facto de os inquiridos do Ensino Secundário terem valores inferiores aos do Terceiro Ciclo, mas também inferiores aos do Ensino Superior (com excepção para a opinião sobre o regresso dos viveiristas). Por um lado, estes menores valores poder-se-ão dever ao facto de alguns dos alunos do Ensino Secundário, por se encontrarem numa fase do seu desenvolvimento com características muito específicas – a adolescência –, não valorizarem estas práticas; por outro lado, alguns dos indivíduos com Ensino Superior terão, entretanto, adquirido uma atitude que tende para a sua revalorização. O facto de os do Ensino Superior apresentarem o menor valor no que se refere ao regresso dos viveiristas, leva-nos a admitir esta última hipótese. Provavelmente valorizam este tipo de actividades, ligadas às hortas urbanas, mais por razões associadas ao lazer, à ecologia, à agricultura biológica, do que por razões de ordem económica, ou seja, como profissão.
 
A constatação de que são as pessoas que vivem em apartamentos e que não desenvolvem estas actividades quem mais gostaria de o poder fazer, provavelmente pela maior distância que têm delas e pelo facto de os seus espaços de habitação serem mais fechados, reforça uma das nossas questões levantadas, logo no início do desenvolvimento do projecto – a do “excesso de urbanização”. Por isso, parece-nos viável a criação de um espaço colectivo onde este tipo de pessoas possa dar asas à sua vontade de aproximação da natureza através do desenvolvimento das actividades de que estamos a falar.
Um espaço público que possibilite o convívio e crie condições para momentos de descontracção seria atractivo e motivaria com certeza estas práticas.
Para além disso, uma nova actividade desta envergadura poderia trazer algum prestígio para a Vila de Caneças.
publicado por canecaspartidas às 21:05
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Sábado, 5 de Abril de 2008

Terceiro Período

   Mais um período começou e o trabalho que nos espera é muito.

   Ainda no final das férias da páscoa, fomos surpreendidos com uma aliciante proposta: a participação no concurso BiblioFilmes. Foi com agrado e satisfaço que aderimos e, apesar do curto prazo, participámos. Se quiser saber mais, poderá ir ao nosso blogue das "Notícias": www.canecasnoticiarias.blogs.sapo.pt .

 

   Durante este período, entre outras tarefas, iremos redigir o relatório final, elaborar o poster A0 e o artigo de imprensa.

publicado por canecaspartidas às 23:05
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Sábado, 15 de Março de 2008

Avaliação do 2º Período

   Aqui está a avaliação dos membros do grupo Canecas Partidas:Photobucket

  • Daniel Mateus - 19
  • David Silvério - 18
  • Joana Carneiro - 19
  • Marta Gomes - 18
  • Susana Alves - 19

   Relativamente à avaliação do nosso projecto neste 2º Período, ficou avaliado em 18.6 valores.

   Temos a consciência que nos encontramos numa fase crítica e crucial do nosso projecto, assim como do concurso, pelo que, iremos continuar a trabalhar neste 3º Período, com o mesmo ou mais empenho, de forma a dar o nosso maior contributo, tanto à escola como à vila de Caneças, principalmente.

publicado por canecaspartidas às 18:33
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Segunda-feira, 10 de Março de 2008

Objectivos/ Estratégias para a Vila de Caneças

   A pedido do CCC, começámos já a pensar num caminho a seguir no próximo período, de forma a dinamizar a vila de Caneças.

   Para tal, é nosso objectivo encontrar um espaço para implantar actividades relacionadas com a agricultura, em Caneças. Este espaço não será meramente um retalho de terreno onde as pessoas livremente e sem qualquer planeamento têm a sua horta. É muito mais do que isso! Pretendemos criar um espaço onde as pessoas tenham um contacto privilegiado com a actividade agrícola e, em simultâneo, com a natureza, em complementaridade com outros serviços, tais como, a restauração, balneários que garantam o mínimo de higiene e segurança, espaços infantis, de entre outros.

   Com este projecto, não pretendemos pensar na actividade agrícola como solução para o futuro de Caneças, pois, por razões relacionadas com a sua posição geográfica - na periferia de Lisboa - tal solução não seria viável, mas visamos potencializar as referidas actividades relacionadas com a agricultura a nível pedagógico, de lazer. económico, turístico e outros.

   Esta estratégia, aqui referida de uma forma muito generalizada, será explorada, nos seus pormenores, no próximo período.

publicado por canecaspartidas às 18:10
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Sábado, 8 de Março de 2008

Balanço do 2º Período

Photobucket


Mais um período passou e chegado o fim deste 2º período, o grupo “Canecas Partidas” começa já a sentir, com ansiedade, o cheiro a férias, pois, já há a necessidade de algum descanso por parte dos elementos do grupo. No entanto, antes de podermos começar a desfrutar do tempo de férias, é necessário que façamos um balanço do trabalho desenvolvido neste projecto, ao longo do 2º período.

Desde o início do ano lectivo que já havíamos delineado os objectivos para este período, e estes consistiam em realizar os inquéritos a uma pequena amostra da população Canecense, e ainda, começar a analisar e averiguar as possíveis potencialidades das práticas associadas à ideia de “o campo na cidade”. Deste modo, foi com grande esforço e dedicação que o grupo cumpriu, com mérito e atempadamente, os objectivos a concretizar.

No que se refere às actividades que o grupo “Canecas Partidas” desenvolveu no decorrer destes dois meses e meio, podemos referir que este esteve bastante activo, e assim concretizou diversas actividades, nomeadamente, a realização dos inquéritos, que nos permitiram ter um conhecimento mais generalizado sobre a opinião das pessoas, relativamente à permanência e valorização da actividade rural nos centros urbanos. Foi com bastante dedicação e empenho que todos os elementos constituintes do grupo puseram mãos à obra e elaborámos, concretizámos e analisámos, em termos gerais, os inquéritos, mesmo com todas as dificuldades a nível técnico. Enquanto realizávamos os inquéritos, íamos divulgando o nosso blogue, pelo que, imprimimos uns pequenos folhetos, distribuindo-os pela população de Caneças e, também, pela nossa escola, a fim de darmos a conhecer o nosso trabalho a um maior número de pessoas.

Importante será de referir, a preocupação que tivemos em dinamizar e personalizar, cada vez mais, o nosso blogue, tornando-o mais interactivo e interessante, principalmente, através da produção de novos vídeos, criados a partir dos resultados das reportagens fotográficas e, através da actualização regular dos blogues hiperligados ao blogue principal (“Canecas Poéticas” e “ Canecas Noticiarias”), onde era possibilitada a leitura de novos poemas e o conhecimento de todas as actividades que os elementos do grupo andavam a desenvolver, isto é, as notícias que marcavam o nosso dia-a-dia e estados de espírito caracterizadores do ambiente em que eram executadas essas mesmas actividades.

Porém, não foi só neste sentido que divulgámos o nosso trabalho e, consequentemente, o nosso blogue, uma vez que criámos um hi5 com fotos do grupo e dos locais de estudo. Numa altura em que o hi5 representa uma porta aberta a novos horizontes, onde a comunidade estabelece um determinado tipo de relações, achámos relevante utilizar este meio, de forma a chegar mais longe na divulgação do nosso projecto. Assim sendo, enviámos uma mensagem a todos os nossos contactos, falando sobre o nosso blogue e a temática abordada, de forma a visitarem-no; também criámos, neste mesmo hi5, um grupo intitulado por “Canecas Partidas” para quem quiser juntar-se a nós, na luta contra o excesso de urbanização, privilegiando um maior contacto com a natureza.

O contacto com a população foi algo que tentámos implementar e/ ou reforçar no nosso trabalho e, para tal, tentámos divulgar, mais uma vez, tudo o que até agora foi feito, quer abordando as pessoas na rua quer interagindo com o Jornal da Escola, para o qual escrevemos um artigo a anunciar a temática e o desenvolvimento do nosso projecto. Para além disso, tentámos estabelecer contacto com a Associação dos Amigos de Caneças, a fim de escrever um artigo para o jornal regional de Caneças – “O Caneças”. No entanto, fomos tarde demais, já que a edição já estava a ser publicada, ficando esta tarefa invalidada.

Por outro lado, tentámos estabelecer um contacto mais personalizado com o CCC, sendo que começámos a utilizar o mailing list, de forma a divulgar e chamar a atenção dos envolvidos neste grandioso concurso, para a progressão deste grandioso projecto, que a cada dia que passa se vai fundamentando mais. Tirámos algumas dúvidas com o Sr. José Carlos Mota, através do e-mail cidadescriativas@vista.aero, o que resultou em algo fundamental para as técnicas de elaboração do projecto.

Para o fundamentar mais, atribuir-lhe uma maior consistência, veracidade e validade, executámos uma breve apresentação em PowerPoint com os tópicos fundamentais sobre os objectivos do projecto, as metodologias seguidas, os aspectos positivos e negativos, entre outras coisas; a qual foi apresentada em todas as disciplinas, incluindo no Concurso das Cidades Criativas (CCC), na Escola Vergílio Ferreira, em Lisboa, permitindo-nos debater e/ ou discutir o tema com os nossos colegas de escola e com o representante do concurso CCC, José Carlos Mota, recebendo, desta forma, ideias para o nosso trabalho e até sabermos se é um projecto viável ou não.

Para além dos objectivos pretendidos e alcançados, também realizámos uma segunda visita ao Presidente da Junta de Freguesia de Caneças, o Sr. Armindo Pires Fernandes, em que num ponto mais avançado do nosso trabalho, pudemos expô-lo e pedir-lhe a sua opinião acerca deste. Com a sua amabilidade e disponibilidade, que o caracterizam, recebeu-nos muito bem, como da última vez, e mostrou-se interessado no nosso trabalho, incentivando-nos a continuar no bom caminho. No que diz respeito à potencialização das práticas rurais em Caneças, é algo que o Sr. Armindo Pires gostaria de fazer, mas devido a alguns entraves, principalmente a nível económico, não o é possível, mas, o que estiver ao seu alcance, confidenciou-nos, ajudar-nos-á a levar este projecto avante.

Ainda durante este período, deslocámo-nos até Odivelas, no âmbito do concurso CRIARTE, para fazermos uma apresentação do nosso trabalho em PowerPoint, a fim de expormos o nosso projecto e eventuais dúvidas e questões, importantes de ver esclarecidas. Constatámos que esta sessão foi bastante útil, pois deram-nos várias sugestões e conselhos, disponibilizando-se para nos fornecer o material de que necessitássemos, como por exemplo, a Carta de Solos. Ainda no âmbito deste concurso, realizámos uma visita de estudo à Cascais Natura, mais precisamente, ao Ecoparque do Pisão e à Pedra Amarela, uma visita que nos proporcionou um contacto mais personalizado com o local, dado que foi-nos mostrado o lugar preciso onde antes era praticada a actividade agrícola e, onde se pretende preservar e promover a biodiversidade, sendo possível constatar a necessidade de combater o excesso de urbanização e evidenciar o concílio de algumas actividades com este espaço, tais como: a existência de desportos radicais, para miúdos e graúdos, transformando assim uma área entendida como repulsiva, em atractiva. Destes encontros, apenas é possível tirar vantagens, pois, ajudou-nos bastante na fundamentação do nosso projecto, com a apresentação de algumas formas de potencializar a actividade agrícola dentro de espaços urbanos ou rodeados por espaços urbanos.

Em termos mais teóricos, realizámos um vídeo, onde é apresentado o resultado da reportagem fotográfica realizada no 1º Período, podendo identificar o contraste existente entre as características rurais e as características urbanas, existentes na freguesia de Caneças. Também construímos um mapa interactivo e um photo show, para permitir aos visitantes do nosso blogue, saber onde se localizam, a nível geográfico, os locais carismáticos de Caneças.

Como podemos averiguar, foi um período marcado pelo enorme e constante exercício de actividade, o que, todavia, não representa a concretização de todas as tarefas. Houve algo que falhou e não correu como o previsto: a ida aos Viveiros Municipais de Famões. Tendo sido uma proposta do nosso professor, aceitámo-la logo, avaliando-a como bastante viável, reunindo esforços para a realizar. Contudo, foram muitos os obstáculos que se colocaram, impedindo a concretização desta visita. Mas, não tencionamos baixar os braços, pois, achamos fundamental visitar este espaço, que constitui uma importante forma de potencialização e dinamização da actividade agrícola, a nível pedagógico, em Caneças.

Uma das conclusões a que chegámos no decorrer deste 2º período foi que, a existência de Jardins “Familiares” é uma forma de proporcionar às pessoas um contacto privilegiado com a natureza, onde podem ter as suas hortas e, assim, usufruir dos benefícios da prática agrícola.

A Suiça é um exemplo dos muitos países em que os Jardins "Familiares" (vastos espaços particulares, divididos em diversas parcelas arrendadas por várias pessoas) são, de facto, uma boa forma de valorizar a actividade agrícola, não só a nível económico, mas também a nível de lazer, pois permite uma maior interacção com a natureza.

Outro dos pontos altos deste período foi a descoberta de hortas urbanas, em Portugal. Após alguma pesquisa, foi possível concluir que a Agricultura Urbana é realizada em pequenas áreas dentro de uma cidade (vila ou bairro) e que se destina acima de tudo à produção de cultivos para utilização e consumo próprio ou para a venda em pequena escala, em mercados locais. As áreas preferencialmente utilizadas para cultivar nas cidades, isto é, as práticas da Agricultura Urbana têm lugar, acima de tudo, em quintais, em terraços ou pátios, em espaços ajardinados comunitários e em espaços públicos não ocupados por edificações.

Concluímos também que o cultivo das “Hortas Urbanas” é feito com diversos objectivos. Por exemplo, as famílias mais abastadas fazem-no pelo prazer de desenvolver uma actividade ao ar livre e, simultaneamente, beneficiar das vantagens de produtos mais frescos. No entanto, as classes mais desfavorecidas da sociedade praticam esta actividade, porque as “Hortas Urbanas” assumem um papel fundamental na economia familiar, quer como provisão, quer como fonte de rendimento.

Com toda esta problemática, está relacionado o Arquitecto Ribeiro Teles que já há alguns anos tem vindo a explorar e divulgar as “Hortas Urbanas”. No entanto, ressalvar a importância que tem a aliança entre as práticas agrícolas e os serviços, pois, não queremos que as nossas cidades se tornem puros campos, onde não existe o mínimo de condições e, por sua vez, onde não existe qualidade de vida. O que pretendemos é uma moderação entre espaços urbanos e espaços rurais, para que este conhecimento de trabalhar a terra não se perca.

Por isso, é fundamental que Caneças se potencialize nesse sentido, já que tem vindo a perder esta sua característica de zona semi-rural. É importante tentar preservar e promover esta sua identidade. Como nos relatou o presidente da Junta de Freguesia de Caneças: “Caneças não pode perder a sua identidade, a sua cultura, o seu passado, a sua tradição.”. Temos de revitalizar/ recuperar a face agrícola de Caneças, antes que seja tarde demais.

Como já foi referido no “Balanço do 1º Período”, o empenho, a dedicação, o esforço e a disponibilidade, foram palavras que estiveram na ordem do dia. Achamos que este concurso está a ter um impacto, a nível nacional, enorme, assim como a sua adesão, inicialmente, pelo que, vangloriamos esta iniciativa e congratulamos aqueles que, todos os dias trabalham no sentido de dinamizar e desenvolver este projecto, dando-lhe grande visualização.

O nosso grupo tem tentado reunir esforços a todos os níveis, de forma a fazer face a todas as solicitações que nos são feitas. Contudo, nem sempre é possível chegar ao termo que pretendemos, sendo que ficamos aquém dos nossos desejos. Quer isto dizer, que temos encontrado bastantes problemas no que diz respeito ao meio informático, pois, surgem-nos vários problemas nesse sentido, quer vírus quer programas desactualizados quer problemas na Internet. Esta tem sido uma das nossas grandes dificuldades, que tentamos combater, pedindo auxílio a quem entende destes assuntos, porém nem sempre é possível concretizar as tarefas sem um grande dispêndio de tempo, causado, sobretudo, pela falta de prática e de sabedoria nesta área.

Olhando noutra perspectiva, relevante de salvaguardar a importância do ano escolar em que nos encontramos, ou seja, o 12º Ano é um ano crucial nas nossas vidas, no nosso percurso, e constatamos que não nos é possível dedicar tempo suficiente a este projecto, como gostaríamos, dado que o tempo assim o não permite. Somos obrigados a dar atenção a outros assuntos, também com a sua importância, mas que por vezes vêm limitar a acção nesta disciplina. Por isso, achamos fundamental que haja uma melhor gestão de tempo e, consequentemente, de tarefas entre professores.

Além disso, é unânime no grupo que devia de haver uma maior divulgação do concurso CRIARTE. Achamos que o concurso, em relação à sua importância, não está a ser devidamente divulgado. Só ultimamente é que se tem ouvido falar mais dele, devido a algumas expedições que têm sido realizadas. Concordamos que deve ser um ponto que deve ter a sua reflexão e aqui deixamos a nossa opinião.

Em suma, as “Canecas Partidas” pensam que este 2º Período foi essencial para a elaboração e continuação deste projecto, uma vez que vários pontos foram abordados e são cruciais para o nosso trabalho. É da nossa vontade que este projecto venha a ser pegado mais tarde, e para tal, é nosso objectivo deixar o trabalho de casa devidamente feito. As cidades são importantes, assim como a natureza. Não vamos virar a cara a quem nos mantém vivos.

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